Adoro o prefixo. A ideia da separação das palavras, aliada à constatação de que já fomos qualquer coisa – ex-padre, ex-ministro, ex-meretriz –, agrada-me. Mas só é possível autonomizar o par de letrinhas quando as fazemos acompanhar por um substantivo, o que torna a gramática injusta. (Para confirmar, dizem-me, “ex-líbris” é ele próprio um substantivo, do latim 'de entre os livros'.)
Gosto de imaginar que o inverso de exterminar tivesse sido começar, tal como o contrário de extinto pudesse vir a ser actualbranco, mas apetecem-me duas palavras: “expediente” e “expedição” – ambas começam por ex. Adopto os termos como patronos do blogue.
Gosto de imaginar que o inverso de exterminar tivesse sido começar, tal como o contrário de extinto pudesse vir a ser actualbranco, mas apetecem-me duas palavras: “expediente” e “expedição” – ambas começam por ex. Adopto os termos como patronos do blogue.
Expediente – solução precária, subterfúgio (do latim expediente, de expedire, ‘libertar, desembaraçar’)
Expedição – acto de expedir, viagem de exploração a uma região distante (do latim expeditione)
Ou ainda, por (quase) paronímia: ex+per(r)dição
que o mesmo é dizer "perdição" – acto ou efeito de perder-se, desonra, imoralidade (do latim perditione).
Que tudo isto seja então uma perditione.
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